(Fasciculo 11)
- “Que não, …não temesse…” chegavam-lhe vozes provindas de quem se dizia, saber muito! E que do alto do mesmo afirmavam, que o «Metacentro» estaria ainda em nível seguro, mesmo depois de realizada a operação de aliviar lastro.
Não sabendo bem o significado «exacto» do palavrão, o Mestre sabia, contudo - de saber experimentado - o que o mestre Zé Bola «da sala do Risco» lhe sussurrara ao ouvido, havia que tempos. E isso era bastante para desassossego e motivo de uma certa inquietação. De facto,
…antes de traçar no chão da enorme sala de risco as formas que permitiam tirar o molde ao cavername, era habitual fazer-se um modelo da embarcação, em escala reduzida, no qual se marcavam os cortes transversais, deles extraindo as curvas reais do cavername que traçadas na sala de risco à escala natural eram dali transportadas para o corte. O modelo, tinha assim, para tal fim, sido executado em pau santo.
CAPACIDADE
No final do Séc. XVII e inicio do Séc. XVIII, a tonelagem de uma embarcação media-se em TONEIS.
Havia ligeiras diferenças, conforme o tipo de liquido armazenado (azeite e ou vinho)
Em Portugal um Tonel correspondia a 1.250 litros
Em Inglaterra o «Wine Ton» correspondia a 1.144,08 litros .
A Tonelagem total «peso de água deslocada» era medida assim pelos tonéis embarcados, acrescentando-se a este valor mais um terço da carga.
Como fórmulas aproximadas, era usado:
Espanha e Portugal
½ boca x calado x comp coberta 19
Tonelagem = -------------------------------- x --
8 20
Inglaterra
Comp. quilha x boca x calado
Tonelagem = ---------------------------------- x (1+1/3)
100
( Quadro 2)
Mas o mestre «Zé» que dedicava gosto especial em guardar para si uma réplica do mesmo, fez um outro, em tudo idêntico, só que, desta vez, elaborado em madeira de pinho por questão de facilidade de trabalho, pois é madeira muito mais macia, mais fácil de aparelhar.
Ficou espantado, quando, ao colocar os dois modelos no tanque para apreciar o caimento e a linha de água, constatou, intrigado, que o modelo feito em pau santo flutuava bem, enquanto o de pinho, de imediato, se tinha voltado, e deitado na água (do tanque) a todo o comprimento do casco. Pensou para si no porquê (?). E apenas, entre dentes, abordou o acontecimento com o mestre Manuel Maria, que o descansou :
- Isso lastra-se…
E a conversa morrera aí.
Só que no dia de todos os acontecimentos, no espírito de Mestre Manuel Maria, aquele facto viera-lhe por diversas vezes à ideia, apoquentando-o, trazendo-lhe ralado desassossego.
- O lastro mínimo com o fim de limitar o calado, seria suficiente para garantia da estabilidade ?... perguntara-se, vezes sem conta, a si mesmo, o inquieto Mestre.
(cont )
terça-feira, 20 de novembro de 2007
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