domingo, 17 de fevereiro de 2008



(Fascículo 23)


Com a posição acima referida (depois de lastrada a Nau), o Eng.º Nogueira fez novo cálculo de altura metracêntrica, obtendo um r-a = + 0,83 m, pelo que considerou atingidos os seus objectivos.
No dia 18, chegou o rebocador «Cabo Espichel», muito mais potente, na previsão de, na Barra, poder de precisar de toda a potência para libertar a Nau, em caso de qualquer pegadilho.
Rebocada pelos «Rio Vouga» e «Cabo da Roca» a Nau seguiu em direcção da barra nesse mesmo dia, superando várias prisões nos fundos.
O trabalho do Piloto Samuel Maia é posto em destaque pelo Eng.º Nogueira, que elogia, detidamente, o seu saber e competência. Por conselho daquele, a Nau foi conduzida para o local designado por «ESPALHADO», situado na revessa, entre o canal e o banco de areia, onde o mar quebrava, local ideal para a espera da maré, exacta, que permitisse em certa segurança colocar a Nau no mar aberto.
Feitas as últimas sondagens, foi dada, às 15 horas e 45 minutos, a ordem para largarem para a Barra, que é transposta cerca das dezasseis horas sem grandes dificuldades, apesar de um ou outro susto, causados por dois ou três toques nos bancos de areia, sempre em mudança e, por isso, difíceis de prever.
Fora da Barra os dois rebocadores entregaram a Nau ao «Cabo Espichel», enquanto o pessoal a bordo - enquanto esperava pelo «Rio Vouga» que tinha ido buscar a cábrea - deslocava o lastro para ré, a fim de proporcionar melhor estabilidade (caimento) para a viagem até Lisboa. À Nau, tinham entretanto, sido retirados, por mera precaução, os mastaréus, o que lhe conferia maior estabilidade, pelo efeito de abaixamento do seu centro de gravidade.
(cont)

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