sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Fasciculo 5




Fig 2 - O Povo rodeia a Nau


e concórdia, e em respeito mútuo pelas diferenças. «Um exemplo a dar ao mundo», esse era o «recado» que Salazar pretendia enviar para fora de portas.
A referida exposição, uma festa que se queria popular numa versão paternalista da história, cumpriria o ritual de simbolismos da portugalidade , concedendo ao regime um tónico de confiança em si próprio, entrevisto na afirmação da uma capacidade realizadora que pretendia imitar os grandes da Europa , embora, valha a verdade, dizê-lo , ressunta a pura acção propagandística.

Mas a existência (dum povo) dentro da ilusão, é, em certas circunstâncias, quase tão perfeita como de uma realidade pura se tratasse. Alimentar essa ilusão através de sedativos propagandísticos, os suficientes para anestesiar a ideia colectiva ,é tarefa que ainda hoje se não descuida ,quanto mais naquele tempo onde as virtudes eram encenadas, porque falsas, e as desventuras das gentes, um fardo terreno advindo do pecado original ,que havia a pagar com «trabalho ,fé e ordem».

(continua)

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